O casal está sempre em estado de construção. De quando em vez
é bom que marido e mulher examinem sua vida a dois. Há o casal, a vida familiar com os filhos, a
vivência da espiritualidade conjugal e a vida do casal no mundo. Nesta nossa página da família queremos fazer
algumas interrogações a respeito da vida conjugal, ou seja, da vida do casal.
Tudo passa inexoravelmente. O Eclesiastes já dizia que há um
tempo para nascer e um tempo para morrer. Um dia o tempo do casal termina. Os
casais mais idosos se preparam para a viuvez. Os novos têm a vida diante dos
olhos. Marido e mulher são companheiros de uma viagem, peregrinos de um mesmo
destino. Eles manifestam a Deus sua gratidão por tudo aquilo que foi
acontecendo ao longo da caminhada: o encontro dos dois, a decisão do casamento,
os filhos que chegaram, a coragem de terem superado tantas dificuldades, as
cruzes que juntos acolheram e
carregaram, as tantas alegrias vividas.
O texto que segue é uma exame da vida conjugal. Os dois
conversam sobre sua vida.
Fomos e somos responsáveis um pelo outro, com dez, vinte,
trinta cinquenta anos de casamento.
Responsáveis em parte, porque cada um é um mistério e no sacrário de sua
consciência, assume sua história. Caminhamos a dois. Precisamos responder a
certas perguntas fundamentais em prol do fortalecimento de nossa vida a dois.
• Nesses últimos tempos
temos ouvido, percebido, auscultado as necessidades e anseios mais profundos do
outro?
• Cada um é cada um.
Como, no entanto, nossas vidas estão efetivamente se entrelaçando nesses
últimos tempos? Ou vivemos vidas
paralelas?
• Será que podemos
enumerar aquilo que “devemos” um ao outro, o que fomos recebendo um do outro,
ou dando um ao outro?
• Conseguimos chegar a
um equilíbrio entre vida profissional, conjugal, social, religiosa? Há
equilíbrio ou desequilíbrio?
• Que parte de nosso
projeto conjugal e familiar já realizamos?
Que acertos estão convidados a fazer, ou que reajustes precisam ser
buscados?
• Somos um casal aberto
aos outros? Somos dos outros? Acolhemos
o que dos outros nos chega?
Enriquecemo-nos com eles? Sabemos acolher os pais dos namorados e
namoradas de nossos filhos?
• Nossas expressões de
afetividade e nossos encontros sexuais são satisfatórios?
• Será que ainda temos
feridas que não foram cicatrizadas e mágoas que não foram perdoadas?
Somos um casal cristão.
Somos convidados a trilhar o caminho da santidade na vida a dois e
familiar. A espiritualidade conjugal
deveria nos ajudar.
• Como anda nossa vida
de oração nesse momento de nossa história? Buscamos a Deus juntos?
• Amadurecemos na fé?
Somos capazes de carregar juntos a cruz que nos é pedida?
• Temos tido uma
efetiva vida de oração conjugal?
• Temos vivido adequada
e seriamente os tempos litúrgicos?
• Há sintomas que de
que estamos no caminho da santidade?
• Podemos dizer que
somos um casal maduro no sentido mais
amplo do termo?
• Podemos dizer que a
missa dominical seja um acontecimento espiritual em nossa vida?
Para concluir esse balanço apenas três perguntas relativas à
vida dos pais com os filhos:
• O que estamos fazendo
de nossos filhos? Estamos satisfeitos com os resultados alcançados em nosso
empenho educativo?
• São pessoas que
pensam apenas no seu sucesso humano, amoroso, profissional, hedonista,
individual? Ou fizemos deles pessoas abertas a outras pessoas?
• Será que
conseguimos fazer de nossos filhos gente com sede e fome de Deus, com traços de
Jesus, sequiosos de seguir o Mestre?
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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