sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Veja aqui a entrevista especial do Papa Francisco

Pontífice destacou, em entrevista a Gerson Camarotti da GloboNews, que a Igreja precisa de uma reforma e que é preciso ouvir os jovens e os idosos.


Na entrevista, Francisco destacou ter sentido um afeto que desconhecia, ao ser recebido, de forma muito calorosa. “O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada, porque negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro”, brincou.
Sobre a simplicidade que vem demonstrando, ele afirmou o povo se sente magoado quando as pessoas consagradas estão apegadas ao dinheiro. “Não é um bom exemplo que um sacerdote tenha um carro do último tipo, de marca”, declara. Quanto à questão de viver em Santa Marta, Francisco diz que não foi tanto por razões de simplicidade, mas porque ele precisa do contato com as pessoas. “Fiquei em Santa Marta por questões psiquiátricas. Para não ter que estar sofrendo essa solidão que não me faz bem. E também para economizar, porque, caso contrário, teria que gastar muito dinheiro com psiquiatras”, disse.
Papa Francisco concede entrevista exclusiva
O Papa Francisco falou ainda sobre a canonização de João Paulo II, que, segundo ele, “pegou a mala, correu o mundo, e foi um missionário, espalhando a mensagem da Igreja”.
Na chegada ao Rio de Janeiro, houve falhas na segurança e o Papa foi cercado por uma multidão. Ele disse que não sente medo, mas que, quando for a sua vez, “o que Deus permitir, assim será”.  Francisco revelou ainda que recusou um papamóvel cercado de vidros: “Se você vai estar com alguém que ama, amigos, e quer se comunicar, você não vai fazer essa visita dentro de uma caixa de vidro. Eu não poderia vir ver este povo, que tem o coração tão grande, dentro de uma caixa de vidro. E no automóvel, quando ando pela rua, baixo o vidro para poder estender a mão e cumprimentar as pessoas. Quer dizer, ou tudo ou nada”.
O Papa destacou também a importância de todos trabalharem pelos outros e de podar o egoísmo. 
Veja aqui , os destaques da entrevista:
Papa rivalidade (Foto: Reprodução/TV Globo)
Rivalidade entre Brasil e Argentina
“O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada. Porque negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro.”



papa simplicidade (Foto: Reprodução/TV Globo)
Pobreza x ostentação

“Penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza. O povo sente seu coração magoado quando nós,  as pessoas consagradas, são apegadas a dinheiro.”


proximidade da igreja papa (Foto: Reprodução/TV Globo)


Perda de fiéis
“Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe... dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina que conheço isso aconteceu.”

problemas igreja (Foto: Reprodução/TV Globo)
Escândalos no Vaticano
“Agora mesmo, temos um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais - uma semana de reuniões dos cardeais.

Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e para saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico.”
papa jovens fantastico (Foto: Reprodução/TV Globo)
Os protestos dos jovens no Brasil
“Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando. Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados.”

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